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2 de novembro de 2012

Miguel Torres

Cardiomiopatia Restritiva

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É um grupo de perturbações do músculo cardíaco que se caracteriza por uma rigidez das paredes ventriculares, o que provoca uma resistência ao enchimento normal do sangue entre batimentos – resistência ao enchimento diastólico.

Mais frequente no ventrículo esquerdo.

Esta é a forma menos frequente de cardiomiopatia e tem causa desconhecida.

Fisiopatologia da Doença

Etiologia geralmente desconhecida.

Classificação:
  • Miocárdicas
    • Não infiltrativas: idiopática, esclerodermia
    • Infiltrativas: amiloidose, sarcoidose, doença de Gaucher e doença de Huler
    • Doenças de Armazenamento: hemocromatose, doença de Fabry e doenças do armazenamento do glicogênio
  • Endomiocardicas
    • Fibrose endomiocárdica
    • Síndrome hipereosinofílica
    • Carcinóide
    • Malignidades e metastáticas
    • Radiação
    • Toxidade da antraciclina.
Também pode ser consequência de um tumor que invade o tecido cardíaco.
Devido à resistência que o coração opõe ao enchimento, o volume bombeado é suficiente quando o doente está em repouso, mas não o é quando está em esforço.

Epidemiologia

  • Frequência:
    • Menos comum nos países ocidentais
  • Mortalidade/Mortalidade:
    • 80% por morte súbitas;
    • 13% por insuficiência cardíaca;
    • 6% por endocardite
  • Idade:
    • Inferior a 20 anos
  • Entre os fatores de mau prognóstico encontramos ainda:
    • Taquicardia ventricular ou pós Paragem Cardio-Respiratória (PCR)
    • Antecedentes familiar
    • Taquicardia ventricular não sustentada
    • Síncope recorrente
    • Hipertrofia com gradiente > 35mmHg
    • Insuficiência cardíaca classe IV - Fibrilação auricular

Diagnóstico Clínico – Sinais e Sintomas

  • Insuficiência cardíaca com dispneia e inchaço dos tecidos (edema)
  • Arritmias
  • Palpitações
  • Enchimento diastólico inadequado de um ou ambos os ventrículos (mais no esquerdo)
  • Hipertensão venosa pulmonar
  • Ortopneia
  • Bloqueio cardíaco
  • Angina e síncope são incomuns

Diagnóstico Diferencial

    • Doença de Ebstein
    • Sequela de endocardite

Diagnóstico Laboratorial

  • Importância do Electrocardiograma:
    • Geralmente não é especifico
    • Evidencia alterações de S-T e T
    • Mostra, algumas vezes, ondas Q patológicas
    • Por vezes, hipertrofia do VE por hipertrofia compensatória do miocárdio.
  • Importância do Ecocardiograma:
    • Mostra função sistólica normal
    • Auriculas, normalmente, dilatadas
    • Auxilia a diferenciação entre a pericardite constritiva e o pericardio espessado.
  • Importância da Ressonância Magnética:
    • Informação adicional acerca da estrutura do coração.
  • Importância da Angiografia:
    • Mostra cavidades ventriculares de dimensões normais
    • Encurtamento sistólico reduzido ou normal.
  • Importância da Biópsia do Músculo Cardíaco:
    • Permite a identificação da substância que o infiltra.
  • Importância do Cataterismo Cardíaco:
    • Para medir as pressões.

Tratamento

Na maioria dos casos não existe qualquer tratamento eficaz:
  • Os diuréticos, que normalmente se usam para tratar insuficiência cardíaca, reduzem o volume de sangue que chega ao coração e agravam a situação, em vez de a melhorar.
  • Os fármacos normalmente utilizados na insuficiência cardíaca para reduzir a sobrecarga do coração não são úteis porque diminuem demasiadamente a pressão arterial.
A causa da cardiomiopatia restritiva pode ser tratada para impedir que as lesões cardíacas se agravem ou inclusive para que regridam parcialmente.
Por exemplo, a extração de sangue, com intervalos regulares, reduz a quantidade de ferro armazenado nas pessoas com hemocromatose.
No caso de sarcoidose, é recomendável a administração de corticosteroides.


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